"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

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Eu amava você como se ama uma idéia. Eu não ti havia feito minha. Assim como não se toma posse de um bem que se quer. Assim te fiz livre do meu egoísmo, de a ter só para mim. Como se ama a uma idéia, eu te amava, te preservava em mim. Por honestidade à mim, eu pronunciava em silêncio o teu nome; para que não o ouvisse. E como se essa idéia fosse única, como se eu dependesse dela para enxergar, eu a cultivava. Eu era a idéia disfarçada em mim. Quem, além de mim, fizera-a crescer? Talvez o tempo, ou quem sabe a ausência. Mas que ausência? Sua ausência, ou minha? A ausência de mim mesma. Sua ausência me aproximava mais de mim, de um “eu” que antes eu quisera fugir. Esquecendo que sou esse “eu”, assim o me tornei.

24/01/2011

domingo, 16 de dezembro de 2012

Em um Narcisismo.


               

Eu não sofro de coração partido, mas sim de ego partido, quebrado. O que me resta é tentar concertá-lo da melhor maneira possível, me elevando à ele, para que depois ele possa se elevar sobre mim. Então, darei com a cara nos livros, buscando, não a cura para uma doença, mas o conhecimento, o autoconhecimento, a cura para o próprio ser. Mas tão logo começo, a resposta parece já ser dada. É que não tem resposta, não há razões de ser, apenas se é. Não compare pessoas, cada ser é autêntico em sua estranheza. E nossos pensamentos nunca serão codificados, talvez não em sua plenitude de criação. O que as outras pessoas vêem é uma copia, copia do que fomos, copia do que somos. O verdadeiro eu nunca se mostra, ele se preserva, se mantém protegido em meio ao silêncio do nosso ser. E ele olha para o lago, assim como Narciso, e observa o seu reflexo. Não percebe que é ele diante de si. E, por pensar que é outra pessoa, teima, se defronta, mas não ousa a se reconhecer. Pois se reconhecer seria admitir que existe algo ou alguém que se compare a sua imensa beleza e resplandecência de luz. Narciso, não se reconhece. Mas fica a se admirar calado, esperando que o outro, o reflexo, dê o primeiro passo de reconhecer sua formidável beleza. O que não acontecerá, a menos que Narciso o faça primeiro. E, assim, Narciso se contempla, imaginando ser outra pessoa e não sabe que o é. Por isso dizem que “...é que narciso acha feio tudo que não é espelho”, ele não aprendeu ainda a enxergar a própria alma.

05/09/2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

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Me sinto incapaz de me deparar com o passado e me demonstrar indiferente. Sinto vontade de chorar, às vezes; doutras, de dar risadas, até que me constatem como louca. Sei da sua estranha importância sobre os seres, mas quase não entendo nada, absolutamente nada. No passado não há respostas, apenas perguntas. Como seria se eu tivesse feito diferente? Se não tivesse feito nada ou, até mesmo, tudo? Confesso que não encaro o espelho com o ar da verdade, mas encaro; mesmo não entendendo os seus significados, encaro os seus traços, como se fossem feitos por algo particular em mim, e como se a mim pertencessem. Vejo suas marcas; vejo a incerteza da dúvida, mas também vejo o desejo de duvidar; de não compreender, mas querer compreender. Aí está. A graça não está em saber tudo, mas em querer saber, mesmo sabendo que não se sabe. Fortificações deveriam ser feitas nos olhares, fortalezas delicadas, porém equilibradas, para que pudessem enxergar além da visão, até mesmo além das verdades. Mas, o que seriam verdades? Não sei. Algo pessoal e bastante relativo. Assim como as verdades, não podemos enxergar a justiça. Entretanto, a injustiça nós podemos ver, sentir, presenciar e viver. Mantenha a visão, não pense que tudo está errado, mas, também, não creia na ilusão de que tudo está certo.  

09/01/2012

domingo, 15 de julho de 2012

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Às vezes, sinto vontade de chorar desesperadamente, só em pensar como pode ser "o amanhã". Mas permaneço firme, pois sei que tudo há de passar. Dou uma trégua ao meu pessimismo e perdoo, perdoo a nós.

31/05/2012

Fix me now.




Ai. Como me sinto enfadada, entediada, cansada ou qualquer uma das demais expressões que também tenham esse sentido. Hoje não estou triste, apenas um tanto desligada. Deveria ter ficado na cama, mas acho que também não conseguiria. Sinto vontade de apenas observar as coisas, talvez eu vesse algo especial ou algo mais estranho. Gosto de coisas estranhas, que provocam choque e perplexidade, à primeira vista, mas, no fundo, são iguais as outras, você é que não tinha aceitado. Tudo é estupidamente normal, depende apenas do ponto de vista, ou seria da vista do ponto? Queria ter alguém com quem conversar agora, pois agora estou me sentindo triste e angustiada. Oh, não. Afasta-te de mim. Agora não, não quero este sentimento agora. Ignore-o. É difícil, pois está em mim e não em outra pessoa. Como ignorar a própria dor? Pensar que alguém pode ter uma dor ainda maior que a minha, que sou mesquinha por pensar que, no momento, sou a única a sofrer? Mas toda dor é feita de dor, e dói! A dor de uma unha encravada parece irrelevante quando vista de longe, por ser a unha uma coisa tão pequena, não devia doer tanto. Mas dói, dói desesperadamente. E incomoda, e tira a atenção. Às vezes, dá vontade de arrancar a própria unha. Ah, eu não faria isso. Gosto da minha unha, assim como gosto da minha dor. Mas gostaria apenas que ela parasse de doer e ficasse quietinha. Outro dia volte, hoje não.

01/06/2012

".Things don't have to be this way
Catch me on a better day...
Fix me now, I wish you would..fix me now.." Garbage

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O que nos apetece?






Temos medo. O que haveria dentro de cada ser? Talvez, o contrário, o avesso do que se mostra ser, e não é.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

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Como se sente uma pessoa que chora sozinha enquanto uma grande manada de vespas humanas comemora  algo tão fútil? Uma comemoração sem fundamentos. Nada mais é do que uma maneira de fuga da realidade. Mas bem que poderia ser uma fuga mais original. Não vejo graça em um jogo de futebol. Enquanto muitos gritam, a vontade que tenho é de grampear a boca deles. Grampear, porque é o que tenho no momento, um grampeador. Mas confesso que pensaria em algo mais original, não seria tão fútil como eles. Fico intrigada com a capacidade que temos de dublar nossos sentimentos, de escondê-los, de deixarmos de ser nós mesmos. Gostaria de ser eu mesma por um dia. Talvez eu sobrevivesse. Talvez alguém me amasse e muitas outras pessoas me odiassem. Ser nós mesmos é difícil, pelo simples fato de que nós nos reprimimos, nos matamos pelo bem de não sermos reconhecidos. Ser tachado de louco, por que não? Não quero é que digam que sou normal. Ser comum me deixaria oprimida e triste. Sejamos loucos pelo bem da verdadeira humanidade. Pois o que presenciamos é a falsa humanidade. Pessoas tão mais máquinas quanto as próprias máquinas. Oh, como sou triste, terrivelmente me acho triste. Outras pessoas não acham. Umas acham que me conhecem, outras não querem saber. Tanto faz, a vida é breve. Tanto faz, não é comigo. Mas como somos mesquinhos. A nossa falta de altruísmo me faz lembrar o quanto invejo as formigas. Formigas, formigas... Como são pacatas, vulneráveis e dignas de serem honradas. Gostaria de ter um amigo que fosse meio uma formiga, que velasse minha morte e depois carregasse meu corpo em seus ombros, que se importasse. Pelo bem da união, pelo bem do formigueiro, sejamos mais formigas e menos gente.


19/05/2012

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Caleidoscópio Mágico,





Ninguém gosta de sofrer. Não entendo por que certas pessoas têm a tendência a sofrer mais do que as outras. Até parece injusto, humilhante. Algo feito para implicar e ver como desesperados parecemos naqueles momentos. Mas há sempre duas lentes de visão, a luneta é capaz de iluminar para os dois lados, tanto para dentro, como para fora. Se a apontar para fora, verá a sua dor e como ela parece para as outras pessoas, verá a pena, a injustiça, a falta de compaixão, a descrença do ser nele próprio. Porém, quando apontada para o interior do ser, o que sofre, a visão se amplia, se multiplica formando várias imagens em uma, várias visões de um acontecimento em cores psicodélicas, como em um caleidoscópio mágico, temos a visão de algo sublime, mas confuso. A dor, quando bem posta, quando bem vivida e superada, faz com que os indivíduos cresçam, se tornam mais fortes e, até, mais humanos. Ser humano não é ser fraco, é ser forte, pois poucos têm a capacidade de demonstrar se importar. Chorar diante do descaso e das desigualdades é um sinal de fortaleza interior. Quantas pessoas já choraram contigo pela tua dor? Quantas já demonstraram se importar, implantando a dor do outro em si mesmas? Não sei. Mas afirmo que são poucas, dessa raça em extinção. Um apelo: preservem a raça humana.

23/05/2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Momentos.

(Imagem - Audrey Kawasaki)


"Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la." Clarice L.

Ao ver essa imagem, sempre me lembro desse texto de Clarice, ou seria o inverso.
Na realidade, penso que esta pessoa realmente esteja dentro de nós. O nosso outro lado, que queremos conhecer.

Obs: Audrey Kawasaki é genial!!!

Leva tempo.




Leva tempo, até que a gente perceba que não somos culpados pelo andamento das coisas, não somos culpados se a chuva não para de cair, mas somos culpados por não fazer nada, por não tomar decisões simples. Afinal, você é o que  faz ou o que deixa de fazer, não é mesmo? Agora me sinto confusa, mas temo não fazer nada. Por isso faço. Então há uma decisão há ser tomada, seja ela certa ou errada, não importa, apenas decida. Não fique parado esperando uma ordenação divina, ela certamente não virá, mas a inspiração talvez chegue. A inspiração não é divina, é maior. É o encontro com nós mesmos, com aquilo que sentimos e pensamos, com o outro lado da vida, aquela que só se sente, não entendemos, mas sentimos. Os sentimentos não foram feitos para se entender, mas para sentir. A música não foi feita para se entender, mas para simplesmente ser ouvida.  Se sinto algo, esse algo está em mim, a música desperta o que fingimos não saber, mas está lá. Oh, eu sei, está lá, e quando ouço, sinto tudo que preenche e tudo que em mim é vazio, que me estanca e me deixa perplexa. Mas ainda não entendo, porém passo a sentir. Um grande passo,... O que seria maior, sentir ou entender o que se sente? Confesso que sentir já me basta. Não gostaria nada da idéia de entender e não sentir. Que absurdo! Não faz sentido. Eu não entendo realmente nada, e ainda sinto tão pouco. Não sei o que guia, mas sei como se faz para mover. E, assim, a tinta corre maciamente sobre o papel. Sinto que se estivesse sozinha, na mais completa solidão de mim, e não houvesse tinta, usaria, pois, meu próprio sangue. E se o mesmo ocorresse com o papel, usaria meu corpo como suporte. E então escreveria até não restar um cantinho sequer, porque é na escrita que grito, é com a escrita que consigo sair de mim e da minha própria lógica, dessa lógica que não se entende. Quando se está sozinho, é confortável gritar, sentir a si mesmo, a única voz perceptível, aquela que não se ouve. Quando acabasse meu sangue, usaria, então, a areia do mar, no entanto, a água apagaria, tão logo eu acabasse de escrever. Não importa, o importante é gritar. Eu sei que você é capaz de ouvir o grito dos silenciosos, dos que calam quando falam, pois nada dizem. Eu sei que não faz muito sentido, mas tente sentir, tente não pensar e escrever o que a sua mente pensa realmente de si, tente encontrar o outro lado, o lado vazio, o lado que espera ser preenchido e que não cansa de gritar.



04/04/2012

sábado, 19 de maio de 2012

Um palhaço, por favor.



Hoje eu gostaria muito de "chorar de rir". Se alguém souber uma maneira fácil, por favor diga!!!.
Desde já, agradeço.

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Um riso frenético e louco como o dos melhores palhaços, eu queria. Mas não peço muito, apenas um fato bobo como aquele que te faz rir sozinho.

O riso é uma importante arma contra os problemas, nos desvia a atenção, mesmo que por pouco tempo, desse frenesi que é o mundo moderno. Como diria um conhecido meu "um dia sem rir, um dia perdido".

Não há nada melhor do que rir de si mesmo, a grandeza de encontrar na tristeza algo alegre, mas sempre há um outro lado, um lado oculto e obscuro por trás das coisas, a mesma piada que te deixa alegre deixa outras pessoas tristes. O preconceito ainda se faz presente, mesmo nas pequenas coisas, até nas mais ingênuas.

Por que rimos do outro? Sempre nos esquecemos do outro lado, rimos porque "o outro" não é o mesmo "eu", e esquecemos de que um dia seremos "o outro". Quando esse dia chegar, não nos surpreenderemos com a lógica em questão e riremos de nós mesmos, não na procura de uma solução, mas apenas pela "graça" do momento.

05/06/2010

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Me sinto ferida!




Não consigo conter a imensa tristeza e desalento que corrói minha alma e meu corpo. Nesses dias, nesses tempos, em que nada acontece como se havia pensado. Não existem certezas, não existem respostas. Só há perguntas! E eu tenho tantas, as quais, até mesmo, me intimidaria de fazê-las à você. Escrevo para alguém que não conheço, alguém que nem sei o nome, nem mesmo se é inconstante como eu. Tenho em mim algo perturbador, febril e fértil, machuca, fere, mas ilumina. Não sei o que é, mas agora já não importa, pois já faz parte de mim. Não sei viver um dia que seja sem ficar profundamente triste, mesmo que por segundos. E mesmo que não haja motivos, não precisa haver, apenas se sente. Algo me fala em sussurros, algo que se quer dizer, mas não há palavras. O silêncio ressoa, nesses momentos, e eu não penso em nada. Em minha mente haveria um deserto? Ou o inicio do cosmos? No espaço não há propagação do som. Mas há luz.

sábado, 10 de março de 2012

"Atrás do pensamento...




Por trás das palavras, está o pensamento.
O que há atrás do pensamento?