"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Leva tempo.




Leva tempo, até que a gente perceba que não somos culpados pelo andamento das coisas, não somos culpados se a chuva não para de cair, mas somos culpados por não fazer nada, por não tomar decisões simples. Afinal, você é o que  faz ou o que deixa de fazer, não é mesmo? Agora me sinto confusa, mas temo não fazer nada. Por isso faço. Então há uma decisão há ser tomada, seja ela certa ou errada, não importa, apenas decida. Não fique parado esperando uma ordenação divina, ela certamente não virá, mas a inspiração talvez chegue. A inspiração não é divina, é maior. É o encontro com nós mesmos, com aquilo que sentimos e pensamos, com o outro lado da vida, aquela que só se sente, não entendemos, mas sentimos. Os sentimentos não foram feitos para se entender, mas para sentir. A música não foi feita para se entender, mas para simplesmente ser ouvida.  Se sinto algo, esse algo está em mim, a música desperta o que fingimos não saber, mas está lá. Oh, eu sei, está lá, e quando ouço, sinto tudo que preenche e tudo que em mim é vazio, que me estanca e me deixa perplexa. Mas ainda não entendo, porém passo a sentir. Um grande passo,... O que seria maior, sentir ou entender o que se sente? Confesso que sentir já me basta. Não gostaria nada da idéia de entender e não sentir. Que absurdo! Não faz sentido. Eu não entendo realmente nada, e ainda sinto tão pouco. Não sei o que guia, mas sei como se faz para mover. E, assim, a tinta corre maciamente sobre o papel. Sinto que se estivesse sozinha, na mais completa solidão de mim, e não houvesse tinta, usaria, pois, meu próprio sangue. E se o mesmo ocorresse com o papel, usaria meu corpo como suporte. E então escreveria até não restar um cantinho sequer, porque é na escrita que grito, é com a escrita que consigo sair de mim e da minha própria lógica, dessa lógica que não se entende. Quando se está sozinho, é confortável gritar, sentir a si mesmo, a única voz perceptível, aquela que não se ouve. Quando acabasse meu sangue, usaria, então, a areia do mar, no entanto, a água apagaria, tão logo eu acabasse de escrever. Não importa, o importante é gritar. Eu sei que você é capaz de ouvir o grito dos silenciosos, dos que calam quando falam, pois nada dizem. Eu sei que não faz muito sentido, mas tente sentir, tente não pensar e escrever o que a sua mente pensa realmente de si, tente encontrar o outro lado, o lado vazio, o lado que espera ser preenchido e que não cansa de gritar.



04/04/2012

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