"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Em um Narcisismo.


               

Eu não sofro de coração partido, mas sim de ego partido, quebrado. O que me resta é tentar concertá-lo da melhor maneira possível, me elevando à ele, para que depois ele possa se elevar sobre mim. Então, darei com a cara nos livros, buscando, não a cura para uma doença, mas o conhecimento, o autoconhecimento, a cura para o próprio ser. Mas tão logo começo, a resposta parece já ser dada. É que não tem resposta, não há razões de ser, apenas se é. Não compare pessoas, cada ser é autêntico em sua estranheza. E nossos pensamentos nunca serão codificados, talvez não em sua plenitude de criação. O que as outras pessoas vêem é uma copia, copia do que fomos, copia do que somos. O verdadeiro eu nunca se mostra, ele se preserva, se mantém protegido em meio ao silêncio do nosso ser. E ele olha para o lago, assim como Narciso, e observa o seu reflexo. Não percebe que é ele diante de si. E, por pensar que é outra pessoa, teima, se defronta, mas não ousa a se reconhecer. Pois se reconhecer seria admitir que existe algo ou alguém que se compare a sua imensa beleza e resplandecência de luz. Narciso, não se reconhece. Mas fica a se admirar calado, esperando que o outro, o reflexo, dê o primeiro passo de reconhecer sua formidável beleza. O que não acontecerá, a menos que Narciso o faça primeiro. E, assim, Narciso se contempla, imaginando ser outra pessoa e não sabe que o é. Por isso dizem que “...é que narciso acha feio tudo que não é espelho”, ele não aprendeu ainda a enxergar a própria alma.

05/09/2012

Nenhum comentário: