"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

De Beijo Eterno



Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue. Acalma-o com o teu beijo,
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!

Fora, repouse em paz
Dormida em calmo sono a calma natureza,
Ou se debata, das tormentas presa,
Beija inda mais!
E, enquanto o brando calor
Sinto em meu peito de teu seio,
Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,
Com o mesmo ardente amor!

De arrebol a arrebol,
Vão-se os dias sem conto! e as noites, como os dias,
Sem conto vão-se, cálidas ou frias!
Rutile o sol
Esplêndido e abrasador!
No alto as estrelas coruscantes,
Tauxiando os largos céus, brilhem como diamantes!
Brilhe aqui dentro o amor!

Suceda a treva à luz!
Vele a noite de crepe a curva do horizonte;
Em véus de opala a madrugada aponte
Nos céus azuis,
E Vênus, como uma flor,
Brilhe, a sorrir, do ocaso à porta,
Brilhe à porta do oriente! A treva e a luz - que importa?
Só nos importa o amor!

Raive o sol no Verão!
Venha o Outono! do Inverno os frígidos vapores
Toldem o céu! das aves e das flores
Venha a estação!
Que nos importa o esplendor
Da primavera, e o firmamento
Limpo, e o sol cintilante, e a neve, e a chuva, e o vento?
- Beijemo-nos amor!

Beijemo-nos! que o mar
Nossos beijos ouvindo, em pasmo a voz levante!
E cante o sol! a ave desperte e cante!
Cante o luar.
Cheio de um novo fulgor!
Cante a amplidão! cante a floresta!
E a natureza toda, em delirante festa,
Cante, cante este amor!

Rasgue-se, à noite, o véu
Das neblinas, e o vento inquira o monte e o vale:
"Quem canta assim?" E uma áurea estrela fale
Do alto do céu
Ao mar, presa de pavor:
"Que agitação estranha é aquela?"
E o mar adoce a voz, e à curiosa estrela
Responda que é o amor!

E a ave, ao sol da manhã,
Também, a asa vibrando, à estrela que palpita
Responda, ao vê-la desmaiada e aflita:
"Que beijo, irmã!
Pudesses ver com que ardor
Eles se beijam loucamente!
"E inveje-nos a estrela... e apague o olhar dormente,
Morta, morta de amor!...

Diz tua boca: "Vem!"
"Inda mais!" diz a minha, a soluçar...Exclama
Todo o meu corpo que o teu corpo chama:
"Morde também!"
Ai! morde! que doce é a dor
Que me entra as carnes, e as tortura!
Beija mais! morde mais! que eu morra de ventura,
Morro por teu amor!

Ferve-me o sangue: acalma-o com teu beijo!
Beija-me assim!
O ouvido fecha ao rumor
Do mundo, e beija-me, querida!
Vive só para mim, só para a minha vida,
Só para o meu amor!


Autor: Olavo Bilac

sábado, 23 de agosto de 2008

Qual a diferença?!




Perguntei a um sábio ,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade…
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.


Autor: William J. Bennett

A fotografia





Olhe o que você fez com as fotografias,
estão invisíveis para mim,
você está invisível também.
É provável que não haja volta,
o tiro já foi disparado, mas esqueça enfim.

De faces e posições, estão todas sobre a ilusão,
a eterna ilusão de viver.
Cante mais uma canção, embalando
a sua ingenuidade em mim.
Eu abri minha mente para você;
Até onde você pode ver?!
O abstrato faz mais sentido que o comum.
Estão todos invisíveis agora.
Ah, não se esqueça de ligar a luz
até onde eu possa lhe ver.

Às vezes, eu fecho os meus olhos e
espero poder enxergar.
Agora estou sentindo, não posso com o
peso dos meus olhos, estou sentindo
tudo terminar.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Agora, eu dirijo!



Está acontecendo novamente, e eu
não posso negar a minha vontade de ir embora,
voar para o céu, sair pela cidade sem rumo,
e não olhar mais para o horizonte.
Agora eu quero ouvir a chuva
caindo levemente sobre a pista,
se fundindo, nesse cheiro, cheiro de mormaço.
Mas é tudo que eu posso esconder
dentro de mim; minha face despedaçada
diante do seu reflexo.
Vamos lá, agora, estrelas estão me esperando,
eu estou esperando à tanto tempo
por um lugar aberto, só meu, longe dessa prisão.
Mas está tudo quebrado dentro de mim.
Por todas as vezes que fui atingida,
pedras rolam sobre o chão.
Eu quero dirigir, até não ouvir nenhum som.
Eu irei dirigir toda essa situação.
E depois haverá silêncio, e então
não haverá mais nada.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Contando com as estrelas...



Contando com as estrelas,
para mais tarde não se esquecer
que do pranto fez a coragem
e das lágrimas a vontade de viver.

Correndo sem parar, chances
vêm e vão, simples vontade de viver
te faz flecha e arco, flecha no meu coração,
florido, estanca-me o sangue,
toda a dor.
Faz-me alegre, sem medo de cair.
Faça-me em pequenos pedaços,
triturados levemente,
junte-me ao mar, em um belo pôr-do-sol;
Em um pequeno ritual.
...
Feliz de quem te vê,
sortudo quem te sente.
Sorriso implacido, teus olhos
me cegam.
...
Estarei à esperar, por uma chance
menos ingrata, ficarei na rua,
em sua calçada, esperando a lua
e contando com as estrelas.

domingo, 17 de agosto de 2008

O CONDENADO



Alma feita somente de granito
Condenada a sofrer cruel tortura
Pela rua sombria d'amargura
- Ei-lo que passa - réprobo maldito.
Olhar ao chão cravado e sempre fito,
Parece contemplar a sepultura
Das suas ilusões que a desventura
Desfez em pó no hórrido delito.
E, à cruz da expiação subindo mudo,
A vida a lhe fugir já sente prestes
Quando ao golpe do algoz, calou-se tudo.
O mundo é um sepulcro de tristeza.
Ali, por entre matas de ciprestes,
Folga a justiça e geme a natureza.
Autor:( desconhecido)

sábado, 16 de agosto de 2008

Coldplay: Trouble

Solidão Coletiva



Solitariamente me vejo
Sob a força de um desejo
De ficar só

Solitariamente me atrevo
A encarar a solidão
Como um momento forte de discernimento interior
E m que devo trocar idéias comigo mesmo

Solitariamente me questiono
Sobre a vida
Sobre o tempo
Sobre o mundo
E ao confrontar a realidade toda
Vislumbro um flagelo de respostas angustiantes
Solitariamente me deparo
Com uma sociedade
Em acelerada decomposição dos valores humanos
Em que a solidão é subproduto da massificação

Solitariamente constato
Que o ruge-ruge da vida urbana
Industrial e comercial
Mesmo em meio s todo o progresso
Da comunicação
Da socialização
Tecnológico
Científico
E cultural
Não voltado para o homem
Mas para o capital
Fez crescer a “SOLITARIEDADE” entre os homens
Solitariamente fico a pensar...


Autor: (desconhecido)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meus delírios, só meus...



Já é tarde, tarde para te pedir mais uma vez, um favor. Não te pedirei mais nada. Não quero mais estar aqui, me sinto inquieta, expressiva. A tarde vai se indo, sem que eu dê o meu adeus. Não vá, fique mais um pouco, olhe ao seu redor, o que vê? Você vê manchas em nosso tapete, vê a inquietação do meu ser. Mas por que ele está assim? Não me sinto com dignidade para responder. Escondo-me, mas você me vê, e vê a tarde se indo. Eu queria realmente fazer algo, mas nada de tão pequeno, quero algo maior, que não caiba na minha mão, que eu não possa levar ao mundo, mas sim levar a mim. Todos nós precisamos de algo, um gozo, uma inspiração, o que seja... (caro leitor perdoe estas palavras). Mas nós somos assim, e temos sempre um ar de querer mais... Mais querer o quê!?

Já está anoitecendo e quase não posso mais ver a folha na minha mão, minhas letras ficam turvas e estremecidas. Uma sombra me tira a luz, a minha visão já não me ajuda mais, confesso o que escrevo já tem tanto sentido (para mim) quanto o meu ser... Mas ao longe uma luz vem chegando, ela fecha as minhas janelas, estende as minhas roupas sujas. Ela é um pouco de mim e eu sou tudo dela. Faz-me ver além do meu nariz, me encontro e me reacho. Aprendo e "desaprendo" para mais tarde reaprender. Confesso sou assim, tão contente que chega a gritar dentro de mim: --Não fique ai no canto, a vida tem algo pra você, basta você pegar e ser.
A vida é não ser e querer. Talvez seja uma simplória a falar, mas o que ela diz nada quero esquecer, ela te manda ir em frente e a vida querer, pelo menos um pouco mais para aguentar até o último dos suspiros. Expirar lhe faz bem, a humanidade lhe renova. Ser impetulante, não tens medo de se ferir. Quanta magnitude há por traz de ti, em cada gesto, em cada ato teu, cada bocejar, cada gemido, cada lágrima derramada. Tu me refazes em prantos, e me chama para perto de ti, o que vejo agora não é um ser pensante, mas sim uma quase divina do querer e ser, transborda compaixão, empatia, amor. Tão graciosa, me faz te querer e sem saber me apego a ti, esse sorriso inebriante, tão linda a brisa do mar, me perco em teu ser, me afogo no teu amor, sem pedir um salva vidas, sem querer deixar de se afogar em ti, quem sabe... Não é tão tarde assim!!!