"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

domingo, 29 de dezembro de 2013

A euforia que é sentir.



Eu não sei o que se passa em minha mente agora ou no meu coração quando eu olho para você, vejo que não sabemos o que é o amor ou o que ele significa. Eu só sei que me importo contigo, só sei dessa minha imensa afeição e querer por ti. Só sei que te desejo que seja feliz mesmo que eu não te veja mais, mesmo querendo estar perto de ti. Admiro pessoas como você que conseguem ser carismáticas e delicadas mesmo quando triste, que se importam tanto com o outro que às vezes se esquecem de si mesmas, mas saiba que não é saudável fazer isso tantas vezes, apenas pelas pessoas que realmente merecem, ou melhor, aquelas por quem você realmente se importa. Também não sei se seria certo negligenciar um sentimento, se você gosta de uma coisa, se agarre a ela e que seja intenso...  Tão intenso que te faça senti-la.  E é com um pouco de aflição e dor que digo, seja lá o que for que você ame... Ame, mesmo que nada mereça, mesmo que a inteligência diga que isso não tem sentido e que a sabedoria te mande seguir outro caminho. Ninguém é conhecedor do verdadeiro amor, mas podemos dizer que tentamos, que tentamos sentir esse maravilhoso estado e que até, algumas vezes, talvez, quase o sentimos; quem sabe, e quem vai julgar o que quer que seja o sentir?! O sentimento é vasto e ele não tem forma ou adornos, apenas sentimos e quando menos reparamos, não sentimos mais; não sentimos mais esse sentimento, mas sim outro que não aquele, que não é especial por ser melhor ou mais intenso, mas sim por ser diferente, apenas diferente dos outros.  Eis que a diferença me encanta, não a indiferença, essa me deixa sem apreço  e eu já não sei mais o que dizer. Não, digo, seria a indiferença um sentimento também? Penso que todos já sentimos indiferença, então ela deve ser também um sentimento, mas, se é um sentimento, então ele também é passível de mudança. Ou seria a indiferença a ausência de sentimentos, a ausência da constante mudança. O que eu quero dizer, bem, eu não sei mais. Eis que percebo que me equivoquei em tudo, tudo que escrevi. E o que percebo é apenas essa confusão de pensamentos, essa constante mudança, a euforia que é sentir.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"...



Não sei mais de nada sobre minha vida. Neste momento, não quero esquecer, na realidade quero me lembrar de tudo e chorar desenfreadamente, como uma pequena criança. Não quero explicações sobre a vida, de que isso vai passar, de que não sou a única a sofrer. Não quero teu amparo, teu calor, tua voz, teu perfume, teu toque, teu sorriso. Não quero. Quero tudo. Quero me agarrar nas ilusões que ainda me restam e que me fazem, por assim dizer, uma sonhadora, um nefelibata. Acorda pequeno pássaro. Não sabes que pode voar? Então, por que dorme entre as nuvens com medo de olhar mais para cima? Não entendes. Eu sei. O barulho do vento ressoa agradável aos meus ouvidos. Não quero mais dormir. Quero passar noites acordada e cair de sono, no pleno esgotamento e cansaço. Quero estar cansada, esgotada. Desejo me esgotar de tudo ao menos uma vez, quero ser fraca e dizer eu desisto, só por hoje. Quero esquecer de mim. Mas só por um dia. Jamais farei disto um hábito. Minha inconstância não me permite, e ,nisto, eu a agradeço.

07/12/2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"..


Eu amava você como se ama uma idéia. Eu não ti havia feito minha. Assim como não se toma posse de um bem que se quer. Assim te fiz livre do meu egoísmo, de a ter só para mim. Como se ama a uma idéia, eu te amava, te preservava em mim. Por honestidade à mim, eu pronunciava em silêncio o teu nome; para que não o ouvisse. E como se essa idéia fosse única, como se eu dependesse dela para enxergar, eu a cultivava. Eu era a idéia disfarçada em mim. Quem, além de mim, fizera-a crescer? Talvez o tempo, ou quem sabe a ausência. Mas que ausência? Sua ausência, ou minha? A ausência de mim mesma. Sua ausência me aproximava mais de mim, de um “eu” que antes eu quisera fugir. Esquecendo que sou esse “eu”, assim o me tornei.

24/01/2011

domingo, 16 de dezembro de 2012

Em um Narcisismo.


               

Eu não sofro de coração partido, mas sim de ego partido, quebrado. O que me resta é tentar concertá-lo da melhor maneira possível, me elevando à ele, para que depois ele possa se elevar sobre mim. Então, darei com a cara nos livros, buscando, não a cura para uma doença, mas o conhecimento, o autoconhecimento, a cura para o próprio ser. Mas tão logo começo, a resposta parece já ser dada. É que não tem resposta, não há razões de ser, apenas se é. Não compare pessoas, cada ser é autêntico em sua estranheza. E nossos pensamentos nunca serão codificados, talvez não em sua plenitude de criação. O que as outras pessoas vêem é uma copia, copia do que fomos, copia do que somos. O verdadeiro eu nunca se mostra, ele se preserva, se mantém protegido em meio ao silêncio do nosso ser. E ele olha para o lago, assim como Narciso, e observa o seu reflexo. Não percebe que é ele diante de si. E, por pensar que é outra pessoa, teima, se defronta, mas não ousa a se reconhecer. Pois se reconhecer seria admitir que existe algo ou alguém que se compare a sua imensa beleza e resplandecência de luz. Narciso, não se reconhece. Mas fica a se admirar calado, esperando que o outro, o reflexo, dê o primeiro passo de reconhecer sua formidável beleza. O que não acontecerá, a menos que Narciso o faça primeiro. E, assim, Narciso se contempla, imaginando ser outra pessoa e não sabe que o é. Por isso dizem que “...é que narciso acha feio tudo que não é espelho”, ele não aprendeu ainda a enxergar a própria alma.

05/09/2012