"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

J'en ai Marre



Eu vejo o mundo lá fora, e ele me dói... Je suis fatigué

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Querida Nancy



Caiu na cama, exausto, mas sabia muito bem que demoraria para pegar no sono. Era o aniversário dela. E era tão jovem, o que realmente teria acontecido?
Em sua casa flutuante ele tentaria dormir àquela noite. O leve movimento das ondas. A brisa do mar. E a tempestade em sua cabeça.
Não esta noite.
Pensou em talvez não passar essa noite sozinho. Ele não conseguiria dormir.
Sim, houve mulheres em sua vida. Mas que inferno. Ele se apaixonara logo por ela. Se apaixonara por ela naquele tempo. E agora...
Agora ela era um fantasma em sua vida. Um espectro.
Às vezes, podia jurar que ouvia a risada dela, tão feminina, tão bonita, quase trágico.
Comparava-a com todas as mulheres que encontrava. Mas, no entanto, nenhuma se parecia ou, ao menos, era comparável com o seu jeito; forte e tão decidida.
Adormeceu. Acordou depois, banhado em suor, e tornou a mergulhar no pesadelo.
E ele estava lá. E ouvia a voz dela...
Ela se perdera para sempre...
Era sua parceira. Não esconderia algo dele, pelo menos, ela insistira que não. Nunca saberia.
Ela morrera. Morte acidental, fora a conclusão.
Ela se fora.
E ele nunca encontrará ninguém como ela.
De repente, algo perpassou sua mente.
Um breve clarão... Mais cedo, sentira um gosto esquisito de ... Um gosto de ...
Lembrança.
Algo, ou, alguém havia lhe trazido de volta aquele jeito que só ela tinha, a sua lembrança torcia sua mente, era como se ela estivesse lá.
E ela tinha a capacidade de marcar seu território, destemida, falando o que pensava...
Deixando sinais de magnetismo atrás de si.
Sentiu como se, de súbito, lhe tivessem jogado um balde de água fria.
Tinha uma esperança danada de que ela não lembrasse tanto Nancy. Uma mulher com ética demais, determinação demais - e sem bom senso para saber o que era ter medo.
Ele nem a conhecia. Não tinha nada mesmo a ver com a vida dela. E talvez nem fosse assim tão parecida com Nancy; talvez ele tivesse feito a associação apenas por ser o aniversário de Nancy.
...
Nancy havia morrido há cinco anos.
Para ele esse tempo não havia passado, e cada ano desgraçado era uma estaca, era um puxão de sua memória para o simples passado.
Memória perfume.
E ele podia jurar sentir o cheiro do seu perfume, o cheiro de rosas sobre a atmosfera, e ela poderia estar ali, ao seu lado agora.
Talvez ela estivesse sempre ao seu lado.
Nancy tinha vinte e cinco anos. E hoje era o seu aniversário.

sábado, 22 de novembro de 2008

Belo Vôo




Flores, jasmins na imensidão sem fim
Na luz, em um pomar no meu jardim.
De dia uma borboleta vem passear.
A noite ela se exalta e põe-se a dançar.

No pólem das flores diante do meu olhar
Para, explora, vaga sobre todo o lugar.
Nas margaridas, fazem suas vidas
Suas preces, seus anseios.

Tanta vida morrerá em menos de dois dias.
Suas asas frágeis irão contra o vento,
Algo irá as machucar.

Sem leito, sem jardim, sem flores, sem pomar.
Pobres borboletas como irão ficar
Ofereço-lhe a minha casa, meu cobertor

Volte para o casulo lacrado e vulnerável
De onde nasceu. Lá encontrará a paz,
Não de um dia, mas de uma vida.

domingo, 9 de novembro de 2008

Hoje não dá!




Confesso, eu ia postar algo, mas, no momento, não estou muito certa dos meus pensamentos e nem, tampouco, das minhas palavras. Então é melhor deixar as coisas assim como estão.
Porque é difícil falar de algo que realmente seja real. Pensei, repensei e vi que hoje, realmente, não dá. Como diz certa música, não sei se vocês conhecem, mas eu conheço muito bem, "Os Anjos", esta música fala sobre o que eu gostaria de dizer "hoje não dá, hoje não dá, vou consertar as minhas asas quebradas e descansar", eu sei que muitos de vocês ou certamente todos acham Legião Urbana uma besteira, uma merda, uma banda simples que canta músicas lesadas e têm outros que acham até mesmo de brega (o que é um grande descaso, essas afirmações só fazem sentido para quem não entende nada de música, ou melhor, pra ser sincera, "porra nenhuma" de música, não sabem ao menos o que é música de verdade).
E é isso que eu quero fazer hoje, concertar as minhas asas quebradas e descansar, não quero pensar nos problemas, tampouco, na maldade que há nesse mundo - no coração de tantas pessoas. Não quero mais saber o que é certo ou o que é errado, quero apenas fazer o que me convém e o que me vem a ser certo. Não quero julgar, nem determinar limites para a maldade, pois ela não tem fim. Todo dia acontecem crimes artroses e não podemos fazer nada contra isso, gostaria ao menos de não saber que existe o mal, que existe o bem. Só por hoje, não vou me preocupar com o que sou ou com o que serei, pois eu me fiz assim, e não quero, não vou mudar o meu jeito de ser, de agir e de pensar por incertezas e dúvidas. Só por hoje quero estar completamente em mim.

P.S: Eu não pretendia escrever isso ;S, mas, bem, fazer o quê, certas coisas precisam ser ditas. O que eu ia escrever fica pra depois...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Amanhecer




Hoje eu vou descansar
Esperar que o mundo pare
Pois hoje está tudo sobre mim
O sol não quis te acordar
A lua não se escondeu na noite
Atrás de uma nuvem qualquer
O relógio correu com a pressa dos dias
Seis, Nove, Dez...
... Infinitos são os segundos para viver,
Para perder, para morrer
Nós morremos diante do tempo
À espera inútil de que ele parasse
Que nos notasse
Mas o sol amanhã vai estar lá
E de noite, a lua ainda irá brilhar,
Com o céu, com as estrelas
Esta onde começa e termina
Mais um dia à espera
Que o tempo pare