"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lero lero..




Eu tentei achar um espaço dentro desse meu coração que às vezes não demonstra sentir, mas a única coisa a qual consegui achar foi o meu nauseado estômago, ardendo como em outras noites, mas hoje fazia dia. É, ele há tempos não me vinha com suas crises, mas como com o tempo tudo passa, com o tempo tudo vem, no meu caso, retorna. É certo que meu coração não esteja no lugar certo, pois não o acho, e lugar... não tem nem pra mim. Nesse meu coração de fantoche que só se faz sentir quando bem quer, hoje não sentiu nem a dor mais terna. Deveras, quem sabe, se cansou de demonstrar estar ali. Ausente em mim, mas meu estômago parece demonstrar sentir. E é ele que embrulha quando vejo mais uma barbaridade, não meu coração.

sábado, 15 de agosto de 2009

Noite Passada




Sento em minha cama, já são 3 horas da manhã, respiro um pouco. É ruidoso o ar que me sai dos pulmões e o silêncio nunca foi assim a minha vítima, mas sim eu a sua, ele me sufoca por inteira. Queria ouvir um bom conselho, o tipo de conselho que passa dias ressoando em sua cabeça, mas nem tudo é de graça. E é inútil dormir que a dor não passa. Espero sentada sem muitos esforços, não quero me cansar. E o certo é que, quem espera cansa, e cansa por já se cansar. Caiu em pé de um pulo, decido queimar. Pois a fumaça nunca cessa, até que sobre um tosco pedaço de esperança. Meu amigo está provado, quem espera cansa. Aja sempre antes de pensar, Faça o que dizem. Faça o que se deve fazer. Vá, amigo. Corra atrás de sua sombra, procure em um bar a resignação dos esquecidos. Vá, para onde você bem sabe. Na minha cidade nada vale. E na praça todos semeiam a dor. Não esqueça da ânsia, amigo, pois quem espera cansa.

INfelizMENTE, daquele que chora à cada ENtardECER.
é INfeliz?

domingo, 2 de agosto de 2009

"...Eu não pensei.

Eu pensei,
mas na verdade você não me deixou pensar.
Pensei,
no instante em que não te odiava,
mas ilusão,
vi que é também tão fácil te odiar.
Te odiei, com fervor e eloqüência.
Puxei o lápis, e em sua parede escrevi
palavras de dor.
Pensei tanto em não te odiar, mas
nem sempre tudo foi como está.
Agora te odeio, te odeio.
E não chame na porta, não vou mais falar.
E não vai ser a última vez que irei te
odiar.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Parque II




Sempre me perco imaginando como seria voltar aos tempos de minha infância, aos tempos em que tudo era simples, uma pequena ciranda, ou uma roda gigante. Nos tempos em que pessoas eram humanas, ou pareciam ser, e o mundo era um lugar bom para se viver. Nas minhas brincadeiras de esconde-esconde, eu me escondia, mas sempre me achavam. Hoje, eu não me escondo e ninguém me acha. Era o tempo em que o meu coração batia, agora ele apenas demonstra que ainda sente, mas não como antes. Toda a minha apreensão foi despedaçada, a minha pequena fotografia quebrada pelos meus próprios pés. Agora percebo que o meu apreço é tentar fingir que nada mudou. Eu me lembro da pequena rosa que te dei, não sei se ainda a tens, mas era branca, tão quanto o céu, tão quanto eu. Eu que sempre fui a branquela queridinha da família, agora fujo de todas essas contradições. Fujo correndo em meu pequeno parque no qual um dia tanto brinquei. Corro pulando sobre as poças de lama causadas pela chuva e pelo mau trato que fazem a ele. Vejo meu parque em ruínas; minha roda gigante não gira mais, os cavalos não mais galopam flutuando no ar, minha gangorra está subterrada em meio a tanta areia, e o algodão doce não fazem mais. Corro à procura de minha última e primeira lembrança, meu palhaço querido, o único à que quero bem, o único que me fazia rir sem ter medo. Mas não o encontro, me esqueceu? Não se lembra mais de mim? Não sei seu nome, nem onde mora, mas o tenho como meu amigo primeiro, o qual não esqueço e não preciso lembrar. O meu palhaço favorito dentre os palhaços, a mais ingênua ilusão, a mais terna lembrança de minha infância.

sábado, 20 de junho de 2009

"..

“Soando, afofou o travesseiro.
Contar carneirinhos sempre lhe parecera uma coisa ridícula de se fazer...
Resolveu contar cavalos”

P.S: “ Na sua irônia burra, dou cabo
Meu bem, nem tô passando pires, nem babo.
Desfila sua vida cor-de-rosa e eu caso
Com o diabo...”

sábado, 30 de maio de 2009

Estado Latente

Havia ali um bêbedo tresvairando em voz alta, falando coisas desconexas, conversando à toa. Tinha culpa de ser bruto? Não, não tinha. O fio da idéia cresceu, cortou-se. Era difícil de pensar sóbrio, imagine bêbado. Enfim, contanto, cada qual como Deus o fez, não? O que desejava... esquecer, esquecer-se do que se esquecia. Era só mais um bêbedo jogado nas trevas da escuridão do cárcere. Como arrumar o que tinha no interior? Ah, se pudesse arrumaria seus sentidos dormentes e sua razão – que em si não era lá uma razão, apenas um conjunto de regras impostas a ele mesmo. Mas não falaria nada. Para quê gastar fôlego à toa? Tudo era uma lástima, e o que ele queria dizer não dizia, não sabia falar como os outros da cidade. Dizia para si mesmo: - Sossega, sossega. Para um bêbedo é difícil arranjar as idéias. Mas o pensamento fervia e era um turbilhão de larva. Saiu trôpego, vacilando nos pensamentos. Seu rosto triste, desbotado pelas lágrimas, inconsolável, quase gentil. Deitar-se-ia em pregos.

sábado, 9 de maio de 2009

Antes do Adeus...

Será que eu posso cantar minha ultima canção?
Depois de ouvi-la poderás seguir, ir embora,
E me esquecer, mais ouça, será a ultima:
Eu respiro as flores do outono, mais estas perderam
O aroma embriagante da tardinha,
Corro pelas estradas que antes me levavam até você,
Mais parecem sem rumo e direção, onde estas?
Como vou suportar a dor aguda de não mais te-la?
Se houvesse amor que durasse eternamente do que
Mais precisaríamos nesta vida?
Ouça essa minha ultima canção, minha ultima melodia:
Se todos os amores do mundo fossem me dado e sem
Ti continuasse, ansiaria a morte segundo após segundo,
E se oferecessem todas as riquezas terrenas em troca do
Que sinto por ti, ainda sim, permaneceria firme.
Do que me importa os amores, as riquezas, as alegrias
Se não tenho a ti? Do que me importar cantar esta canção
Já que não vais voltar?
Adeus...

Autoria : Neko
> http://c0lherdecha.blogspot.com/

sexta-feira, 8 de maio de 2009

^~

Desculpe, é tudo culpa do ócio.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O que te amo.




Eu odeio quase tudo em você,
Odeio sua maquiagem,
Seu batom Roger.
Odeio seu olhar fuzilante
Batendo contra o meu.
Como que querendo me despedaçar,
Bem capaz seria.
Mas teu balanço sempre me engaja,
E sempre me perco em tuas contradições.
Tua pressa é minha calma.
Minha ânsia é teu delírio.
E o pior de tudo é nunca se dar por satisfeita.
Porque espero sempre mais de ti.
Não me chame de egoísta,
Nem tampouco de exigente.
Porque o teu sorriso sempre me faz mudar de direção.
Sou tão fácil de agradar.
Apenas deixe um copo d'água sobre a mesa,
E, ao sair, bata a porta, assim saberei
Que está indo.

domingo, 3 de maio de 2009

?!?!?!

Bem, hoje ocorreu tudo bem. Me sinto leve, como não tenho me sentido em alguns dias, mas me sinto feliz, sim, eu vou gritar pra você poder acreditar: eu sou feliz! Tenho tudo - tudo que muitas pessoas não têm- tenho uma família que me ama, pessoas que se importam. Eu quero dizer que me importo cada dia mais, e te agradeço por estar aqui, mesmo que às vezes não demonstre isso, oh sim, eu sou grata pelo que me foi dado. Seres humanos nós somos, todos somos iguais, e não vai ser essa minha indiferença que vai separar as coisas como elas realmente são. Por mais que você não acredite, eu sou feliz. Por mais que isso tudo te espante, sim, quero dizer que eu sou a mais espantada com esta situação, que não vai ter fim. Por que não tem fim. Por que não acaba?!
Mas posso dizer com a mais sincera devoção, eu amo minha dor. Amo quando me pego a perguntar por quê?... Por quê?...E a resposta não vem, mas confesso que isso me constrange. Às vezes gostaria que fosse fácil, assim como você faz tudo parecer. Tudo para você é tão fácil, você não perde tempo, não é!? Me mostre sua submissão, sim, eu mostrarei a minha submissão, a minha forçada submissão. Os seres humanos, a humanidade me assombra - fico espantada. Até onde levaremos a nossa tristeza embutida nessa grande mentira?
Mas parando um pouco me pergunto: porém, como seria possível? Como conseguiu? Que poder te foi dado? E que tamanho poder de decidir o destino, de transformá-lo em pétalas de cinza. Dotado ser, por que nos fez? Por que me fez sentir esse sentimento? Tal sentimento esse capaz de me levar. Certamente não acho funções em mim, sou como água e vinho, sim, água e vinho, uma mistura sem espera, sem se definir-se. Será o fim? Talvez meus comandos precisem de um ajuste. Certamente, mas eu não descanso, procuro algo para me deparar. E com minha indigência, substituo a mais completa perfeição por palavras que não me fazem o menor sentido.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Saudação Liturgica



- Irmão, um dia nós morreremos.
- Irmão, nós bem o sabemos.

"A morte, única que poderia matar nele aquilo que não queria morrer"

domingo, 12 de abril de 2009

"concha vazia, inabitável

Da vez primeira

Na primeira vez que vi a luz pensei estar em outro mundo, não no meu lar, mas como em um local estranho.
Na segunda vez não me assustei e até sorri, um sorriso tão inocente incapaz de machucar.
Das outras vezes nem ligava mais para isso. A luz parecia aumentar, meus olhos começavam a enxergar melhor.
Foi assim que aconteceu. Foi assim na primeira vez que nasci.
Para construir meus passos houve universos de lágrimas.
Quando vi teu rosto pela vez primeira, a imagem ficou retida entre meus olhos e minhas pálpebras.
Não entendia, apenas lhe via. E via rosas suspensas, delírios do meu coração.
Sedenta de dor.
O que fizeram comigo?
O que me fizeram sentir?
Não sentia mais, perdeu a capacidade sobrecomum.
Me tornei igual a qualquer um.
O mesmo corpo, o mesmo pesar, o mesmo calor; em um diferente olhar?
A luz me permitiu ver a você e ao mundo. Não como são, mas como a razão quer que seja. E que razão?
Se é que o mundo faz sentido. Somos todos iguais, um punhado de bem, um punhado de mal. E é só misturar, a merda está feita.
Cresci sobre tuas mãos, em baixo do teu olhar, sempre ouvindo teus conselhos, pois tu já sofreste o que eu ainda não sofri.
Me envolvi de silêncio, temor. Sem esperar por uma decisão o tempo me tomou, engoliu-me por inteira.
Hoje, sem saber ainda o que é real, me lembro da vez primeira que vi a luz.

terça-feira, 31 de março de 2009

^~

^~

E se os teus sonhos
Retornassem sem avisar
Refletiriam nos teu olhos
Mais uma vez a vontade de tentar.

E se o tempo insistir
Na inútil tentativa de te atrapalhar.
Mostre a ele que é impossível te deter,
Pois existem coisas que nem o tempo é capaz de apagar.

Voe ao alto, de encontro ao sol.
Abra suas asas na imensidão do mar.
Mergulhe fundo, onde a luz
Não possa te alcançar.

Olhe o mundo como ele é.
Quem disse que seria fácil?
Mas você se manterá na fé.
De braços abertos, abrace a esperança,
Como a mais sutil inocência de uma criança.

Corra. Corra, pois o tempo não
Irá te alcançar.
Deixa que sinta, que viva, que morra.
E não se preocupe com quem vencerá.
Apenas viva sem a espera de um dia voltar.

domingo, 22 de março de 2009

Pensamentos conversando.



- Olha, o céu hoje ta limpo.
- E daí?
- É mais agradável respirar.
- E daí?
- As nuvens, parecem até algodão doce.
- E daí?
- Sua pele fica mais branca com o sol.
- E daí?
- Parece, como que fosse um anjo.
- E daí?
- Não queres voar?
- Sou incapaz.
- Não queres voar?
- Cortaram minhas asas.
- E daí?
- Me prenderam em um cárcere.
- E daí?
- E se eu cair?
- Não queres voar?
- Tenho medo da queda.
- E daí?
- Não sei, acho que prefiro o chão.
- E daí? Não queres voar?
- Vivo de querer o impossível, e ele nunca me chega.
- Eu vivo a sonhar com o possível. Ele parece ser impossível?
- Hmm.
- E daí? Não queres voar?

terça-feira, 10 de março de 2009

~^




Um dia eu me acabo de vez
Jogo tudo pro alto
Sem pensar no desfecho
Que comigo farei ...

Um dia eu me acabo de vez.

(Não se trata de fogo. É um incêndio!..)

"So breathe on, sister breathe on
... Cos this life is a farce
... Like a fool
... Its fooling us now
... Keeps getting me down
... For time and again
... Ohh so breathe on, little sister, like a fool."

sexta-feira, 6 de março de 2009

~^

Meu primeiro caso de amor foi um livro, me casei com ele.
O nome... Il nome della rosa.

domingo, 1 de março de 2009

Lusos

Pra quê tanta soberba.
Tudo que a ti foi dado de ti será tomado.
Ufano.

Encha o seu baixel com suas quincarias.
Airoso mar
Dará alento ao teu prostrar.

Nas profundezas, há de estar
Todo teu reinado.
Ferrar.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Show me how to live!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Boba, feliz.

Sou toda boba, simplória. Não ingênua, sei muito bem o que acontece. Mas sou distraída, e sempre mantenho um sorriso bobo nas faces. Não importa o que aconteça, eu mantenho esse sorriso guardado em mim. Não preciso demonstrar o que sinto. Quem se importa? As soluções cabem a mim, então, para quê meter o mundo nisso. Digo em alto e bom tom: Sou feliz!!! Uma boba feliz. Mantenho sempre os braços abertos para os acontecimentos, sou assim, feito criança, que em tudo vê um lado bom e divertido. Sou mais assim mesmo, feito uma criança desamparada que aceita os braços de um estranho que lhe parece mais um amigo distante. Me arrependo das vezes que não fui ... Mas a vida é feita de alguns sacrifícios. E não me estranha o pensamento de que, dentre os seres humanos, para mim, são nas crianças e nos loucos que está a pura ingenuidade, a doçura da vida. Não nos idosos, mas sim nas crianças e... Os idosos têm um semblante de sabedoria, foram eternos alunos da vida, e nela, sabem a diferença do bom e do mau. Mas não a ingenuidade, não esta.
As pessoas têm o costume de dizer que é uma felicidade morrer inocente, sem conhecer os pecados do mundo. Que Deus chamava cedo os que queria bem.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

~~ O meu vício ~~





Às vezes eu vejo a vida com outros olhos, olho para o outro lado com um sorriso acalentador. Chega até a me parecer correto, destruir-se no fim de viver. Nós chegamos a esse ponto. Mas você não entenderia. Tentaria, mas não..., só se pode entender tal situação quando passasse a vivê-la, a experimentá-la. Vejo as pessoas se destruírem, parece ser tão fácil, para elas. Seria fácil para mim, mas não, não mais. Experimentar, hum, por que não? Eis o lema, passa a se ter uma nova vida, uma nova essência. Gosto de enrolar folhas, de fazer linhas, mais um defeito. Cheguemos ao ponto. Seria tão fácil dar cabo dessa vida que perderia até a graça. Para mim, tudo que é fácil é sem graça e sem cor. Seria fácil demais apertar um gatilho, não. Os drogados vivem em seus próprios vícios, essa é sua vida. Mas eu não precisaria... Eu sou a minha própria droga, eu me destruo, eu me ergo. Apenas eu, sou capaz de me destruir, minhas decisões me levariam a isso. O mundo não me abala, a frente não. Ele apenas golpeia, mas isso não me arrebate. O meu pensamento é o meu vício, e eu sou a minha droga. E a vida não te levaria a está droga, mas sim você.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Conjugando.

Amanheceu?! Desculpe, não tinha reparado. Ainda está escuro e fica difícil ver o sol. Bem, você tinha razão: A vida, por si só, é um desgaste, e nós nos acostumamos com ela. Acordar de manhã cedo, ir ao trabalho, passar horas na mesma mesmice, trabalhar, trabalhar, trabalhar... voltar para casa, cansado e exausto, sem noção da vida, sem saber o que se passa, deitar, dormir. E, então, ao amanhecer, trabalhar, trabalhar... Um processo cansativo, exercido em toda a semana. O que te sobras são os sábados e os domingos. Mas a vida se tornou tão normal, tão estranhamente normal e patética, que você prefere não fazer nada. Mudar, pra quê? Semana que vem é tudo de novo. Você trabalha para ganhar dinheiro, e ganha, vive, para gastá-lo, e tudo é devolvido ao lixo. Sociedade lixo. Vomitá-la seria pouco. A realidade é outra, bem diferente da que mostra a sua televisão. A realidade é fria e crua. E te faz engoli-la a seco, não te oferece nem mesmo um copo d’água para exterminar teu cansaço, saciar tua cede, cede de vida. E chega um ponto em que você diz a si mesmo: Chega! Chega de tanta realidade. A mentira às vezes te parece mais bonita. Aí, fica tudo mais fácil, e você decide assistir uma novela. Afinal, ninguém consegue viver com tanta realidade. A vida sempre te manda um verbo no imperativo, mas você vive de conjugar o passado. Eu te proponho parar. Sim, parar tudo. Por que não recomeçar? Vamos conjugar o pretérito-mais-que-perfeito. O futuro não te limita às asas, nem tampouco aos sonhos. Vamos sonhar, rezar, fantasiar, divagar, delirar. Sonharemos, então, com o dia em que o mundo não será esse mundo, e as pessoas não serão simples pessoas, uma rosa não será uma rosa, será a realização, a clamação do ser. Um ser imperfeito que se tornou humano, a rosa será mais que a rosa... Mas, até lá, sonhar não é algo tão mau assim.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

"

- Não leia. Não vale a pena.

Ela me disse que não tinha nada de anormal. E realmente não há. Ta tudo tão normal, tudo tão cinza. Acho que esse seria o problema. Está tudo excessivamente normal. E o tédio, o ócio, cresce como planta, engole o tempo e a metade do caminho. Os dias passam rápidos, e quase nem os percebo. A monotonia chega a ser quase invisível. Todos os dias iguais. E não há um dia que eu não faça as mesmas coisas – repetidas involuntariamente. E se alguém pergunta: você viajo? Eu respondo que sim. Eu viajo demais, acho que agora mesmo to viajando. Mas é melhor botar os pés no chão, antes que eu não consiga escrever mais nada. É eu viajei. Passei os dias dentro do meu quarto, como uma turista em minha própria casa. Ah, perdão, a casa não é minha. Enfim, cada dia piora a situação, piora, não sei mais de nada. Não sei mais o que se passa ao meu redor. Para mim são apenas imagens passadas com uma velocidade a mais que a normal. Mas as mesmas imagens. Eu poderia estar ficando louca ou simplesmente apenas enjoada demais, estressada demais, quase que insuportável. Eu queria realmente. Eu queria tanto ter uma vida diferente, não muito sabe. Eu queria ser feliz como qualquer outra pessoa, que com certeza leva uma vida diferente, sabe não tão normal como a minha. Só um pouquinho. Seria pedir demais?! Eu acho que sim. Bem, eu poderia fingir estar sempre bem. E realmente não sei por que me sinto assim. É como uma febre que não passa, e eu sinto-a queimar dentro de mim, dentro do meu nauseado estômago. É como se algo estivesse prestes a acontecer, mas nunca acontece. Eu espero por algo todos os dias, algo que me tira os sentidos e me rouba a atenção, algo que eu nem sei o que é. Talvez eu deva sair um pouco, olhar o mar, um pôr-do-sol, o crepúsculo da tarde. Talvez eu devesse... sim. Mas eu simplesmente caiu na cama, e de súbito a escuridão da noite me rouba os pensamentos. Aí tudo piora. Esse calor terrível. Poderia ao menos chover. Mas não chove lá fora, só aqui dentro. E meus olhos ficam ativos a escuridão, é impossível dormir, só me resta esperar que o tempo me derrube na madrugada. Minha boca treme, sem nem ao menos pronunciar teu nome, que eu nem sei escrever. E a angustia me toma, nesse anseio pelo que eu nunca vi. A circulação acelera tão fortemente, sem motivo, tudo é tão rápido. Minha respiração torna-se ofegante, e esse vazio que me toma, quase me engolindo por inteira. Torno-me o vazio. Eu tento falar, mas nada sai. Tento recitar um poema qualquer, ou palavras que descrevam a sensação, mas não posso. E esse germe da sensibilidade mórbida que pode ocasionar dores, que a mim foi imposto. Eu que costumava ser demasiadamente cheia de mim mesma, agora me vejo arrebatada ao chão. O oxigênio me pesa aos pulmões, se tornando difícil respirar. O silêncio é difícil de ser interrogado, ele nos consome e nos deixa assim, sem palavras. Palavras que antes tínhamos agora já não nos bastam. Silêncio tão ruidoso que chega a doer nos ouvidos, e nos torce diante de tal situação. Nem mesmo a voz mais cálida e musical seria capaz de quebrá-lo. Silêncio eu o ouço agora, não o vejo, mas o ouço.

sábado, 31 de janeiro de 2009

"

"Gosto dos venenos mais lentos,
das bebidas mais amargas,
das drogas mais poderosas,
das idéias mais insanas,
dos pensamentos mais complexos,
dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!!!


C.L

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

"

Eu queria tanto ser um vegetal... Quase consegui .
Enfim, você não entenderia.
.
Vous ne comprenez pas.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Branca

Eu sei que às vezes eu falo o que não se deveria falar, e escuto o que ninguém nunca quis escutar. Ah, eu erro. Pois esse é o meu direito de errar. Não falo como você fala, deixo o silêncio falar por mim – ele me soa claro. Meus destroços amanhã serão um castelo, e minha bandeira não será amarela, verde, nem azul. Será branca, não porque promova a paz, mas branca porque assim me tornei. Invisível ao mundo, intocável a você. Insensível a qualquer sentimento?! Não, digamos que apenas sensível em mim. Assim me tornei, absorta em meus pensamentos. Não vejo quase nada no mundo, e o pouco que vejo quase não me agrada. Confesso agora poucas coisas me importam. Às vezes desejo a morte como quem deseja a vida. Às vezes preciso morrer para tomar certas decisões. Retraio-me, me escondo nessa escuridão branca. Na minha completa abstinência. É tão fácil abnegar-se à dor de viver.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Grito

Quando grito, ai que dor
Grito, grito, dói
Dói, dói a dor de gritar.

Quando você me grita
Juro, paro, esparso
Nada vou falar.

Quando a dor dói
Sai como um grito,
Surdo, que não se pode
Escutar.

A dor do meu grito
Dói, dói e me faz
Calar.

Mas me esquivo, fujo
Reajo, esqueço o mundo
Dessa ânsia de gritar.

Mas às vezes o grito
Sai como um sussurro,
Tão suave que o silêncio
Não pode escutar.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009



O nosso problema não é a seca, e sim a cerca.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Frases feitas

Das tuas frases perfeitas
Nuas, cruas, claras.
Estranhamente jogadas
Sobre mim.
Sem medo ou vergonha,
Sem nenhum receio.
Você me cospe, me
Mastiga,
Me pergunta porque eu
Sou assim.
Mas me ama, me rasga,
Me queima em um abraço
Sem fim.
Mas sempre volta cansado
De quebrar a cara
Em mais uma esquina.
E se eu pudesse falar,
Não falaria, não gritaria.
Apenas sussurraria no teu ouvido
Frases, ditas no desejo
De um pequeno fetiche.
Se você não ama, não
Sente diante da minha casa.
Saia pela porta,
Tranque-a, e tenha sua
Desejada liberdade.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Vida nova!?

Vou fazer uma reciclagem na minha vida, no meu quarto, em mim. No meio de tantos papeis jogados, livros, revistas, quase não posso ver direito minha cama. Ao certo, eles já viraram minha mesa e meus lençóis. Sinto que vai ser um pouco difícil, mas vou conseguir. Tenho uma mania horrível, não consigo jogar nada fora. Depois de alguns meses as coisas passam a ser um pedaço de mim, passam a tomar um lugar nas minhas emoções, demasiadamente grande. E no meio de tantos pedaços não sei mais o que é útil ou o que devo jogar fora. Talvez eu precisasse jogar tudo ou nada. Tenho medo de me arrepender, sentir falta daquele pedaço que me fazia tanta companhia, como um membro que faz parte de mim, mais precisamente como minha mão esquerda, não utilizo tanto dela, mas sinto que se a perdesse me sentiria incompleta, mesmo que ela não seja tão perfeita quanto a direita, não suportaria perder esse pedaço de mim. E por consequência dessa minha mania é que as coisas foram se acumulando desse jeito. Um simples guardanapo com algumas palavras escritas, uma borracha, uma carta, várias... são essas pequenas coisas que para mim possuem uma importância bem significante. Não sei se vou conseguir jogar algo fora, são tantos papeis. Mas de agora em diante se algo não é tão importante para mim, irei me desfazer logo: irei apagar todos os meus emails, todas as minhas conversas, ... Irei me desfazer dessas coisas antes que elas me consumam. Seria ridículo me apegar a uma borracha. Além de ridículo, não seria tão saudável, faz mal a saúde.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"

Não sei se todo sentimental é um desgraçado, mas posso assegurar que todo desgraçado é um sentimental.