"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

domingo, 30 de maio de 2010

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Estou chegando a minha última tentativa, a minha última dor de barriga. Cheguei a ti por recomendação, na mais alta colina, quero ficar mais perto de ti. Espero que me faças livre, mas , na verdade, gostaria que me aprisionasse em uma garrafa, ou talvez em sua pequena caixa. Acima desse mundo, acima das minhas dores, acima das preocupações, e como eles costumam definir: de volta ao primeiro amor. Acho que está tão simples de compreender, não sentiras dificuldade. A minha última carta a ti. Não espero mais ter que escrever tais coisas, mas se for de tua vontade... Não consegue enxergar essa bagunça que fizeste em mim? Chego a conclusão de que a culpa não é minha e sim sua, só sua. Mas ainda não cheguei à razão por que deveria eu te idolatrar, por que não aparece em forma de uma imensa luz? Por que não cura os doentes? Por que não lava nossas almas? E por que, por que nunca responde? Não enxerga, ou finge não ver o mundo, se ele é seu. A minha descrença só aumenta, a culpa é nossa. Não me culpe, mas não espero mais que essa situação melhore ou venha a mudar, acho até que tende a piorar. Você bem sabe, sou pessimista em certas coisas, e há certas coisas que não podem ser concertadas, pois o erro está nelas, em existir. Então, a solução seria a destruição? O holocausto de toda uma nação. Não sei, mas só sei que não consigo mais fingir. Só amo o que amo, e sinto o resto que em mim existe, meros sentimentos. O resto de um ser qualquer jogado na sarjeta. Veja que não minto, mas as tuas respostas não explicam, só me enchem cada vez mais de dúvidas. E o que eu achava que sabia, agora já não sei. O que eu pensava que sentia, agora já não faz parte de mim. E enquanto as respostas que eu queria, agora fujo delas. Sem concertos, sem esperanças, não busco mais tua voz e teu alento, fujo desesperada a procura de minha dor, que só ela me entende, que agora ela já quase não existe. E o resto de tudo foi o que sobrou, esse nada que me consome, mas esse nada sempre será alguma coisa.

domingo, 2 de maio de 2010

O nosso problema não é a seca, e sim a cerca.

O nosso problema não é a seca, o nosso é a falta de terra pra plantar.
É essa cerca que ainda divide o que por assim dizer é nosso.
O nosso problema não é a seca, o nosso problema está nessa sanidade
que diz acabar com esse incêndio.
O nosso problema não é a seca, o nosso problema não é a sede,
pois para toda sede haverá água para saciar.
O nosso problema não está no Nordeste, o nosso problema está no Brasil
Em uma das cadeiras do senado para ser mais exata.
O nosso problema não está na terra o nosso problema está no tempo.
Pois a terra é boa, doutor.
O problema mesmo é esse tempo de agora,
Em que as pessoas se esquecem de quem realmente fez essa terra crescer.
O nosso problema é uma mãe chorando, pois seu filho não tem o que comer.
O nosso problema é uma criança que não pára de crescer.
O nosso problema ainda é essa cerca que separa o seu olhar do meu.