"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

sábado, 30 de maio de 2009

Estado Latente

Havia ali um bêbedo tresvairando em voz alta, falando coisas desconexas, conversando à toa. Tinha culpa de ser bruto? Não, não tinha. O fio da idéia cresceu, cortou-se. Era difícil de pensar sóbrio, imagine bêbado. Enfim, contanto, cada qual como Deus o fez, não? O que desejava... esquecer, esquecer-se do que se esquecia. Era só mais um bêbedo jogado nas trevas da escuridão do cárcere. Como arrumar o que tinha no interior? Ah, se pudesse arrumaria seus sentidos dormentes e sua razão – que em si não era lá uma razão, apenas um conjunto de regras impostas a ele mesmo. Mas não falaria nada. Para quê gastar fôlego à toa? Tudo era uma lástima, e o que ele queria dizer não dizia, não sabia falar como os outros da cidade. Dizia para si mesmo: - Sossega, sossega. Para um bêbedo é difícil arranjar as idéias. Mas o pensamento fervia e era um turbilhão de larva. Saiu trôpego, vacilando nos pensamentos. Seu rosto triste, desbotado pelas lágrimas, inconsolável, quase gentil. Deitar-se-ia em pregos.

sábado, 9 de maio de 2009

Antes do Adeus...

Será que eu posso cantar minha ultima canção?
Depois de ouvi-la poderás seguir, ir embora,
E me esquecer, mais ouça, será a ultima:
Eu respiro as flores do outono, mais estas perderam
O aroma embriagante da tardinha,
Corro pelas estradas que antes me levavam até você,
Mais parecem sem rumo e direção, onde estas?
Como vou suportar a dor aguda de não mais te-la?
Se houvesse amor que durasse eternamente do que
Mais precisaríamos nesta vida?
Ouça essa minha ultima canção, minha ultima melodia:
Se todos os amores do mundo fossem me dado e sem
Ti continuasse, ansiaria a morte segundo após segundo,
E se oferecessem todas as riquezas terrenas em troca do
Que sinto por ti, ainda sim, permaneceria firme.
Do que me importa os amores, as riquezas, as alegrias
Se não tenho a ti? Do que me importar cantar esta canção
Já que não vais voltar?
Adeus...

Autoria : Neko
> http://c0lherdecha.blogspot.com/

sexta-feira, 8 de maio de 2009

^~

Desculpe, é tudo culpa do ócio.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O que te amo.




Eu odeio quase tudo em você,
Odeio sua maquiagem,
Seu batom Roger.
Odeio seu olhar fuzilante
Batendo contra o meu.
Como que querendo me despedaçar,
Bem capaz seria.
Mas teu balanço sempre me engaja,
E sempre me perco em tuas contradições.
Tua pressa é minha calma.
Minha ânsia é teu delírio.
E o pior de tudo é nunca se dar por satisfeita.
Porque espero sempre mais de ti.
Não me chame de egoísta,
Nem tampouco de exigente.
Porque o teu sorriso sempre me faz mudar de direção.
Sou tão fácil de agradar.
Apenas deixe um copo d'água sobre a mesa,
E, ao sair, bata a porta, assim saberei
Que está indo.

domingo, 3 de maio de 2009

?!?!?!

Bem, hoje ocorreu tudo bem. Me sinto leve, como não tenho me sentido em alguns dias, mas me sinto feliz, sim, eu vou gritar pra você poder acreditar: eu sou feliz! Tenho tudo - tudo que muitas pessoas não têm- tenho uma família que me ama, pessoas que se importam. Eu quero dizer que me importo cada dia mais, e te agradeço por estar aqui, mesmo que às vezes não demonstre isso, oh sim, eu sou grata pelo que me foi dado. Seres humanos nós somos, todos somos iguais, e não vai ser essa minha indiferença que vai separar as coisas como elas realmente são. Por mais que você não acredite, eu sou feliz. Por mais que isso tudo te espante, sim, quero dizer que eu sou a mais espantada com esta situação, que não vai ter fim. Por que não tem fim. Por que não acaba?!
Mas posso dizer com a mais sincera devoção, eu amo minha dor. Amo quando me pego a perguntar por quê?... Por quê?...E a resposta não vem, mas confesso que isso me constrange. Às vezes gostaria que fosse fácil, assim como você faz tudo parecer. Tudo para você é tão fácil, você não perde tempo, não é!? Me mostre sua submissão, sim, eu mostrarei a minha submissão, a minha forçada submissão. Os seres humanos, a humanidade me assombra - fico espantada. Até onde levaremos a nossa tristeza embutida nessa grande mentira?
Mas parando um pouco me pergunto: porém, como seria possível? Como conseguiu? Que poder te foi dado? E que tamanho poder de decidir o destino, de transformá-lo em pétalas de cinza. Dotado ser, por que nos fez? Por que me fez sentir esse sentimento? Tal sentimento esse capaz de me levar. Certamente não acho funções em mim, sou como água e vinho, sim, água e vinho, uma mistura sem espera, sem se definir-se. Será o fim? Talvez meus comandos precisem de um ajuste. Certamente, mas eu não descanso, procuro algo para me deparar. E com minha indigência, substituo a mais completa perfeição por palavras que não me fazem o menor sentido.