"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Saudação Liturgica



- Irmão, um dia nós morreremos.
- Irmão, nós bem o sabemos.

"A morte, única que poderia matar nele aquilo que não queria morrer"

domingo, 12 de abril de 2009

"concha vazia, inabitável

Da vez primeira

Na primeira vez que vi a luz pensei estar em outro mundo, não no meu lar, mas como em um local estranho.
Na segunda vez não me assustei e até sorri, um sorriso tão inocente incapaz de machucar.
Das outras vezes nem ligava mais para isso. A luz parecia aumentar, meus olhos começavam a enxergar melhor.
Foi assim que aconteceu. Foi assim na primeira vez que nasci.
Para construir meus passos houve universos de lágrimas.
Quando vi teu rosto pela vez primeira, a imagem ficou retida entre meus olhos e minhas pálpebras.
Não entendia, apenas lhe via. E via rosas suspensas, delírios do meu coração.
Sedenta de dor.
O que fizeram comigo?
O que me fizeram sentir?
Não sentia mais, perdeu a capacidade sobrecomum.
Me tornei igual a qualquer um.
O mesmo corpo, o mesmo pesar, o mesmo calor; em um diferente olhar?
A luz me permitiu ver a você e ao mundo. Não como são, mas como a razão quer que seja. E que razão?
Se é que o mundo faz sentido. Somos todos iguais, um punhado de bem, um punhado de mal. E é só misturar, a merda está feita.
Cresci sobre tuas mãos, em baixo do teu olhar, sempre ouvindo teus conselhos, pois tu já sofreste o que eu ainda não sofri.
Me envolvi de silêncio, temor. Sem esperar por uma decisão o tempo me tomou, engoliu-me por inteira.
Hoje, sem saber ainda o que é real, me lembro da vez primeira que vi a luz.