"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável" ( Gandhi)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Querida Nancy



Caiu na cama, exausto, mas sabia muito bem que demoraria para pegar no sono. Era o aniversário dela. E era tão jovem, o que realmente teria acontecido?
Em sua casa flutuante ele tentaria dormir àquela noite. O leve movimento das ondas. A brisa do mar. E a tempestade em sua cabeça.
Não esta noite.
Pensou em talvez não passar essa noite sozinho. Ele não conseguiria dormir.
Sim, houve mulheres em sua vida. Mas que inferno. Ele se apaixonara logo por ela. Se apaixonara por ela naquele tempo. E agora...
Agora ela era um fantasma em sua vida. Um espectro.
Às vezes, podia jurar que ouvia a risada dela, tão feminina, tão bonita, quase trágico.
Comparava-a com todas as mulheres que encontrava. Mas, no entanto, nenhuma se parecia ou, ao menos, era comparável com o seu jeito; forte e tão decidida.
Adormeceu. Acordou depois, banhado em suor, e tornou a mergulhar no pesadelo.
E ele estava lá. E ouvia a voz dela...
Ela se perdera para sempre...
Era sua parceira. Não esconderia algo dele, pelo menos, ela insistira que não. Nunca saberia.
Ela morrera. Morte acidental, fora a conclusão.
Ela se fora.
E ele nunca encontrará ninguém como ela.
De repente, algo perpassou sua mente.
Um breve clarão... Mais cedo, sentira um gosto esquisito de ... Um gosto de ...
Lembrança.
Algo, ou, alguém havia lhe trazido de volta aquele jeito que só ela tinha, a sua lembrança torcia sua mente, era como se ela estivesse lá.
E ela tinha a capacidade de marcar seu território, destemida, falando o que pensava...
Deixando sinais de magnetismo atrás de si.
Sentiu como se, de súbito, lhe tivessem jogado um balde de água fria.
Tinha uma esperança danada de que ela não lembrasse tanto Nancy. Uma mulher com ética demais, determinação demais - e sem bom senso para saber o que era ter medo.
Ele nem a conhecia. Não tinha nada mesmo a ver com a vida dela. E talvez nem fosse assim tão parecida com Nancy; talvez ele tivesse feito a associação apenas por ser o aniversário de Nancy.
...
Nancy havia morrido há cinco anos.
Para ele esse tempo não havia passado, e cada ano desgraçado era uma estaca, era um puxão de sua memória para o simples passado.
Memória perfume.
E ele podia jurar sentir o cheiro do seu perfume, o cheiro de rosas sobre a atmosfera, e ela poderia estar ali, ao seu lado agora.
Talvez ela estivesse sempre ao seu lado.
Nancy tinha vinte e cinco anos. E hoje era o seu aniversário.

5 comentários:

Lorena N. disse...

Own, isso foi lindo, mas triste :~

тнαү disse...

esse ta muito comecial ta sem emoçao nao gostei as que tu escreve quando ta revoltada ficam melhores

Hamlet disse...

EI,TA MUITO MASSA ESSE \O/

Trágico,melancólico,mas MUITO bom

=DDDD

Unknown disse...

Massa amigaa *_*

Anônimo disse...

Muito bom...
parabens...